MC PH

Dono de rimas ágeis, MC PH se transformou em poucos anos em peça-chave da mutação pela qual o funk paulistano passou a partir da segunda década do século 21. Ao lado de uma geração que não acredita em cabrestos musicais, contribuiu para a construção de uma identidade do gênero, ao abordar questões sociais e construção de autoestima da comunidade da periferia, sem deixar para trás os temas como noitadas e ostentação.  Cria da Zona Norte de São Paulo, da Vila Medeiros, Pedro Henrique de Oliveira Rocha se tornou MC PH ainda na adolescência – publicou a primeira música diretamente no YouTube, como de praxe no funk. De início, seu habitat era incluir vocais em funks proibidões (com letras explícitas) na companhia de nomes como Mc Pedrinho, Mc Davi e Mc Kevin. Ao lado do último e de Mc IG, formou o coletivo 4M, uma empreitada responsável por sacudir o funk paulistano: o trio de artistas da Zona Norte de São Paulo manteve a filosofia hedonista das rimas enquanto se aproximava da estética do trap, com os efeitos de voz e as batidas menos velozes.  Sob o selo GR6 Records, o PH mudou de patamar com “Cheguei no Anonimato”, produzida por Perera DJ. Na faixa de 2019, PH, Kevin e IG revezavam nos vocais da música inspirada pela história de superação de cada um dos três e ascensão social. Na carreira solo, também se abriu para esta temática, com destaque para “Vou Viver Pra Ver”.  Em 2021, lançou o primeiro álbum solo de estúdio, Pronto pra Guerra. Inspirado em Ready to Die, de The Notorious B.I.G., com a participação do restante do grupo 4M (os MCs IG e Kevin), além de MC Hariel, Kayblack e Edi Rock, do Racionais MC's. Só Maloqueiro (2022) ampliou a sonoridade de MC PH, enquanto expunha temas mais íntimos para o artista (caso de “A Vida Muda” e “Eu Vou Lutar”). Em 2023, lançou ECLÉTICO, um álbum dividido por lados A e B. Com ele, o MC foi a fundo na própria experimentação do funk com trap, em como pode ser ouvido na minimalista “Giro Louco” e em “Cheguei no Anonimato 2”, uma reedição da música de 2019.