CRAZY - EP

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Quando artistas dizem estar criando um novo álbum no seu próprio tempo, isso talvez possa significar um ou dois anos. Para Zedd, cujo último álbum completo foi lançado em 2015, o processo demorou um pouco mais. “Definitivamente pode ser uma desvantagem levar tanto tempo”, avalia o produtor a Zane Lowe, do Apple Music, ao comentar sobre os nove anos que separam True Colors e Telos (2024), seu terceiro álbum. “Tudo depende do que você está tentando criar. Em algum momento, eu precisei decidir o que este álbum representaria. Por volta de 2020, comecei a criar um novo projeto, mas não fazia ideia do que estava fazendo. Era tipo: ‘Bem, estamos em uma pandemia. Quando terei outra chance de me sentar e criar música?’ Mas, sinceramente, eu não tinha uma inspiração genuína. Estava tentando fazer música sem um propósito claro ou uma motivação verdadeira.” Somente uma faixa das sessões iniciais sobreviveu, mas foi o suficiente para definir o que eventualmente se tornaria Telos – um termo aristotélico que se refere ao propósito, objetivo ou fim de algo. Trata-se de “Dream Brother”, música com os vocais do cantor e compositor Jeff Buckley, que morreu em 1997, retirados da faixa homônima de 1994. “Foi a única música que realmente trouxe a emoção que eu buscava”, revela Zedd. “ sempre foi uma grande inspiração para mim. Achei que havia um aspecto dela que poderia existir em um contexto diferente. Pensei que poderia transformar isso em uma música incrivelmente dançante e respeitosa.” Entender Telos passa por captar o conceito desse tipo de música “dançante” expressada por Zedd e a relação do produtor com essa sonoridade após quase uma década entre álbuns. “Houve um momento em que decidi que este álbum seria para mim”, explica. “Essa decisão colocou as coisas no seu devido lugar. Eu tinha todas aquelas músicas que eu havia começado e pensava: ‘Como farei um compasso de 7/8 funcionar em uma faixa de dance music?’ Bom, isso não importa mais. Não é mais dance music. Estou fazendo isso por mim – não pelos fãs, não pela gravadora, não por ninguém. É apenas por mim.” Diferentemente de True Colors, orientado pelas batidas eletrônicas, Telos traz percussões orgânicas para adicionar cor, tom e dinâmica. Na faixa de abertura, “Out of Time”, a percussão surge em alguns compassos e some, dando lugar a sintetizadores, riffs de piano e os vocais de Bea Miller. Também são um elemento rítmico marcante em “Shanti”, inspirada na estética sul-asiática. Faixas como “Sona”, uma colaboração em 7/8 com o trio irlandês-americano the olllam, evidenciam um compromisso maior com a composição, fazendo de Telos uma obra coesa que convida os ouvintes a apreciarem o tempo que ele levou para criá-la. “Eu sei como fazer uma boa música, mas dez músicas boas não necessariamente formam um bom álbum”, admite Zedd. “Cresci ouvindo álbuns que eram mais do que apenas uma coleção de boas faixas. Eles ainda me inspiram e moldaram o músico que sou hoje. Eu queria criar algo que tivesse significado. Desejava fazer um álbum que, daqui a 30 anos, pudesse encontrar alguém jovem dizendo: ‘Ouvi este álbum e foi isso que me fez querer entrar no mundo da música’.”

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