Trey Songz fala de como a volta para casa influenciou seu oitavo álbum. “Nunca paro de fazer música”, diz Trey Songz ao Apple Music. “Mesmo quando não estou trabalhando em um álbum, a música é meu refúgio.” O astro do R&B revela que gravou algo em torno de 100 faixas durante os trabalhos para Back Home, seu oitavo álbum, antes de chegar à lista final com 18 músicas e quatro interlúdios. Apesar de conter faixas politizadas como “2020 Riots: How Many Times”, sobre os protestos de 2020 que se espalharam pelo mundo após os assassinatos de George Floyd e Breonna Taylor, o álbum tem uma temática predominantemente romântica. Isso não é novidade para o cantor, mas aqui ele fala sobre amor e sexo de uma maneira como não fazia há um bom tempo. Trey diz que a pandemia teve pouco impacto no seu processo de gravação, porque normalmente ele mesmo se grava sozinho, mas acredita que a solidão pode ter lhe instigado a ser mais direto. “Sinto que o R&B ultimamente – e eu também já fiz isso –, tem muita tiração de onda e bravata” admite o cantor. “Com este álbum eu quis acabar com isso. Se você olhar a capa, eu não estou nem com o cabelo cortado.” Abaixo, Trey Songz reflete sobre sua carreira de 15 anos e como voltar para casa influenciou Back Home. “Nos últimos anos, passei muito tempo em casa por causa da morte do meu avô e do nascimento do meu filho. E não importa para onde eu viaje, quem eu me torne, quão famoso ou símbolo sexual eu seja para algumas pessoas, em casa eu sou apenas o Trey. Então, metaforicamente, é isso que significa. Só que, fisicamente, se você pegar as fotos do meu primeiro álbum, meu primeiro videoclipe, todos foram feitos em casa, no meu bairro, na esquina da casa do meu bisavô. Queria essa mesma sensação, essa mesma energia. “Antes de assinar com uma gravadora, era só eu e Troy Taylor, meu mentor e produtor. Tomávamos todas as decisões. Depois que assinamos, haviam muitos chefs na cozinha. Tivemos que lutar para que eu permanecesse o mesmo e fizesse o que eu queria. Foi por causa dessa luta que consegui encontrar um som com identidade. Desde que a pandemia começou, tenho refletido muito ouvindo minhas mixtapes e meus álbuns. Meio que os estudei e me perguntei: ‘Qual é a essência da música que eu faço? O que é realmente indispensável e o que não faz falta?’. “Antes de começar a cantar, eu queria ser um rapper. Gostava de cantar e sabia todas as músicas que tocavam no rádio, mas queria fazer rap. Vivia a vida de um rapper. É daí que eu venho. Eu andava com caras da rua, fazia todas aquelas coisas de gângster. Só que eu cantava. Era o meu estilo. Sei que outros artistas estavam fazendo a mesma coisa naquela época, mas eu fui o primeiro a cantar em cima de batidas de rap. E vendo essa trajetória de como o R&B e o hip-hop meio que se fundiram, com tantos artistas incríveis, penso que o hip-hop e o R&B, de modo geral, são parte de um mesmo som. As linhas entre os gêneros ficaram muito borradas. “No R&B que cresci ouvindo, um cara faria de tudo para conquistar uma garota. Tipo, colocar o casaco na poça para ela passar. Sinto que isso ensinava o valor de uma mulher para um cara jovem. Hoje em dia, muitas músicas ensinam o contrário. É tóxico. É ‘F***-se o amor’. É ‘f***-se os caras’ /Pega a grana/ F***-se as vadias, pega a grana’. E isso também é uma emoção, mas não há mais muito amor na música. Com esse álbum, eu quis resgatar a complexidade do amor. Quis mostrar o lado ruim e o lado bom, por dentro e por fora. Se você escuta ‘All This Love’, ela é, provavelmente, a música romântica mais poderosa que já fiz. Quando você fala sobre passar o resto da sua vida com uma pessoa, ‘Here and Now’, de Luther Vandross, vem à mente. Ou Brian McKnight e outros pioneiros do R&B. Tinha amor. “Alguns artistas mais jovens me perguntam: ‘Como você consegue se manter no jogo por tanto tempo?’ E acho que a chave da longevidade para qualquer um é ser fiel a si mesmo. Nunca fiz parte dessa onda de tentar soar como outro artista ou seguir o pensamento de ‘Quero um álbum no topo das paradas, então vou atrás do produtor que fez todas as faixas mais tocadas do ano’. Se você não está tentando ser outra pessoa, não precisa se preocupar quando chegar a hora de ser você novamente.”
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